Humanos e marcas em metamorfose: mudanças apenas estéticas não refletem transformação.
Assim como nós seres humanos, uma marca muda de identidade ao longo de sua jornada. Seria correto afirmar que uma marca também vive a jornada do herói descrita por Joseph Campell? Sim. Com toda certeza.
Compreendemos que o design é uma narrativa em constante evolução – uma história visual que deve crescer e se adaptar junto à marca.
Cada marca possui uma história única, e um trabalho de qualidade de um designer ou criativo é traduzir essas narrativas em linguagem visual e verbal que ressoe e evolua. Ao ajudar uma marca a lançar sua identidade de marca, na SESH, começamos com um profundo mergulho em sua essência. Iniciamos nossa imersão por meio de design thinking workshops e sessões colaborativas, aprofundando-se em conceitos muitas vezes não percebidos pelo cliente, mas que são presentes em seu discurso. Assim, desenhamos uma identidade que não apenas reflete sua visão inovadora, mas também inspira confiança e o conecta emocionalmente com seu público.
E não paramos por aí: consideramos que a identidade visual DEVE mudar conforme o crescimento da marca. Afinal, se sua narrativa segue em constante desenvolvimento, seu aspecto estético não deve se manter inerte. Para o projeto Like Old’s, por exemplo, a abordagem da SESH não se limitou a um redesign estático; para cada edição do evento, foi necessário ouvir feedbacks, criar novos temas, dialogar sobre inovações da festa, e também um acompanhamento contínuo, assegurando que sua linguagem visual mantivesse em alinhamento com as tendências de mercado e a evolução de seu público-alvo. Dessa forma assegurando o atendimento fiel das expectativas de quem fosse até o evento.
O que quero dizer é: A identidade visual é o rosto da marca, e a narrativa é sua história. Podemos ver marcas que mudaram o logo, mas não transformaram nada, pois não reinventaram seu modelo de negócio ou não apresentaram nenhuma inovação competitiva. Trouxe um exemplo que demonstra isso de forma bem clara:
“Internet Explorer vs Google Chrome”
Você que nasceu antes dos anos 2000, já parou para se perguntar quando foi que saímos do Internet Explorer para o Google Chrome?
Esse é um caso que ilustra com precisão a importância da evolução da identidade visual e da experiência de marca.
O Internet Explorer, que era dominante, tornou-se sinônimo de lentidão e desatualização, apesar das tentativas de revitalizar sua imagem. (Mesmo tentando pelo menos 10 logos para mudar a imagem da marca)
Em contraste, o Google Chrome emergiu com uma identidade visual e uma proposta de valor que ressoam com força na cultura contemporânea de navegação rápida e eficiente na internet.
O Chrome não apenas adotou um logotipo simplificado e moderno, mas também consolidou essa imagem através de uma performance superior e de uma experiência de usuário intuitiva. Este é um testemunho do poder de uma identidade visual alinhada a uma experiência de usuário real e inovadora, algo que o Internet Explorer não conseguiu transmitir efetivamente em suas últimas versões.
Essa dualidade entre o Internet Explorer e o Google Chrome destaca que a identidade visual é muito mais do que estética; ela representa a promessa da marca ao usuário.
O Chrome cumpriu essa promessa e, assim, construiu uma base leal de usuários, enquanto o Internet Explorer, apesar de seus esforços de rebranding, não conseguiu acompanhar as expectativas em evolução de velocidade, segurança e funcionalidade.
A metamorfose da identidade visual de uma marca é um reflexo poderoso de sua capacidade de inovação e de se manter relevante em um mercado que nunca está estático. Para pequenas e médias empresas, essa evolução não é um luxo, mas uma necessidade estratégica para sobreviver e prosperar diante da concorrência acirrada e das expectativas em constante mudança dos consumidores.
Profissionais do design e da comunicação têm o papel crítico de facilitar essa transformação, atuando como verdadeiros alquimistas que convertem os valores e a essência de uma marca em ouro visual e verbal palpável. Ao reimaginar uma identidade visual, não estão apenas redesenhando logotipos ou ajustando paletas de cores; estão reescrevendo o futuro da marca, alinhando-a com uma visão progressista e preparando-a para enfrentar as ondas de mudanças que definem o cenário empresarial moderno. É bem parecido com quando cortamos o cabelo após um término, a mudança de visual empodera uma transformação interna. E é assim que devemos tratar mudanças visuais de marcas. Sem transformação interna, aquela mudança visual é apenas estética e consequentemente não trará bons resultados.
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